Rio de Janeiro - voix Libre

“Ai se eu te pego meu reitor”

Acauam Oliveira, São Paulo - 15 abril 2012
“Ai se eu te pego meu reitor”: Michel Teló, xerife Rodas e o recrudescimento do conservadorismo nacional. “Só que tem muito intelectualzinho de esquerda que ganha a vida defendendo vagabundo. E o pior é que esses caras fazem a cabeça de muita gente”

(Capitão Nascimento)

Em vista dos últimos acontecimentos, o paranaense Michel Teló deve estar vendo sua vida desdobrar-se diante de si como num sonho. Ou antes, como no estágio de vigília, em que ainda estamos completamente acordamos, e os eventos vivenciados durante os sonhos noturnos se misturam à realidade cotidiana. Entretanto, contrariando certa concepção do senso comum, são nesses momentos - em que a realidade ainda não foi completamente simbolizada pelos sentidos - que o Real de sua dimensão fantasmagórica se revela. São momentos de revelação, quando as estruturas desvelam toda sua fragilidade, correlata da fragilidade do próprio sujeito que as configurou. 

"Transformada no maior sucesso musical de 2012 no mundo todo"

Tudo começou quando Teló, cantor de relativo, porém, modesto sucesso nacional, teve sua gravação de “Aí se eu te pego” transformada no maior sucesso musical de 2012 no mundo todo, tornando-se uma das canções mais gravadas e executada de todos os tempos, igualando-se a outras mais canônicas, como “Garota de Ipanema” e “Aquarela do Brasil”. Uma matéria elogiosa da revista Forbes chegou a comparar Teló com Carmem Miranda (comparação mais pertinente do que pode parecer, de início) e a revista Época lançou uma matéria de capa – também elogiosa - em que dizia que o cantor conseguia transmitir os valores da cultura popular para todas as classes (particularmente, eu acho que a Gaby Amarantos faz isso melhor). O cantor também conseguiu emplacar seu hit no top 100 da Bilboard, feito antes conseguido apenas por nomes que projetaram sua carreira voltada para o exterior, como Sérgio Mendes, Bebel Gilberto, Céu e Sepultura.


Vertiginosamente o hit ganhou numerosas gravações nas mais diversas línguas, levando o rapaz ao estrelato mundial da noite para o dia. O mais curioso, interessante ou assustador, a depender da perspectiva, é que seu sucesso não foi fruto de uma estratégia de lançamento internacional minuciosamente planejada (creio que sua produtora ou gravadora sequer teriam forças para esse empreendimento). No que pude averiguar - e aqui posso estar enganado - o movimento foi mais ou menos aleatório (é claro que no interior de um sistema altamente gerenciado, ou administrado, para ressuscitar uma expressão algo “fora de moda” dos frankfurtianos) e se deu para além das determinações diretas da Indústria Fonográfica. Neymar, mais novo xodó arrepiado dos brasileiros, craque de bola e fã declarado do artista, comemorou alguns gols fazendo a coreografia da canção. “Delícia... Delícia... Assim você me mata”. Na sequência, alguns jogadores brasileiros também fizeram a dancinha na Europa e, sobretudo, ensinaram para alguns craques consagrados do futebol europeu, como Cristiano Ronaldo. Depois disso, a moda foi se espalhando e versões da canção com a dança começaram a circular na rede (algumas inclusive muito interessantes, como a que mostra soldados israelenses fazendo a coreografia, o que acaba conferindo uma dimensão inusitadamente sombria para os versos “Aí se eu te pego”), chegando a assombrosos números de acessos na rede. E o verão mundial nesse ano foi verde-amarelo.



  • Facebook
  • Google Bookmarks
  • linkedin
  • Mixx
  • MySpace
  • netvibes
  • Twitter
 

Events

Vintage world (Click on the title)

Yesterday, la chanson la plus reprise de tous les temps

Si « Yesterday » des Beatles est la chanson la plus reprise et la plus jouée de tous les temps, elle n'était à l'origine qu'une... recette de cuisine. Comment transformer des oeufs brouillés en un des plus gros succès musicaux du XXe siècle ? Micmag vous dit tout... ici.

Going out in Paris


Paris - Jusqu'au 28 septembre 2025
« Le Mur de Berlin. Un Monde divisé »

Cette exposition retrace l’impact de la Guerre froide sur Berlin, une ville déchirée pendant plus de trois décennies. Parmi les pièces exposées, un fragment authentique du Mur de Berlin de plus de 10 mètres et plus de 200 objets originaux issus de 40 institutions internationales illustrent la vie quotidienne en Allemagne de l’Est et de l’Ouest. Une invitation à réfléchir sur les valeurs universelles de liberté, de démocratie et de coexistence. Plus ici.

« Le Mur de Berlin. Un Monde divisé »
jusqu'au 28 septembre 2025
à la Cité de l’architecture et du patrimoine
Paris 16e

News flash

Elvis Presley : un nouveau film-concert

Un demi-siècle après la dernière apparition scénique d’Elvis Presley, Baz Luhrmann proposera, en 2026, EPiC: Elvis Presley in Concert, un film-concert inédit rassemblant des images restaurées de la légendaire résidence de Las Vegas en 1970 et de la tournée américaine de 1972

 
L'iran facilite les opérations Transgenre
L'Iran combat le mouvement LGBT dans son pays mais favorise les opérations pour les étrangers qui désirent changer de sexe. Business is business !
 
Une guitare volée aux Stones vient de refaire surface
Une Gibson Les Paul Standard de 1959 volée aux Stones dans les années 1970 vient d’être retrouvée. L’instrument, qui appartenait à Mick Taylor, a été identifié dans une collection de 500 guitares récemment acquise par le Metropolitan Museum of Art de New York.
 
Le buste de Jim Morrison enfin retrouvé !
Trente-sept ans après sa disparition, le buste de Jim Morrison, couvert de graffitis, a été retrouvé dans le cadre d’une autre enquête. Pour en savoir plus, ici.
 
Un biopic sur les Beatles

Paul Mescal (Paul), Barry Keoghan (Ringo), Harris Dickinson (John) et Joseph Quinn (George) incarneront les quatre garçons dans le vent sous la direction de Sam Mende. Un biopic en quatre volets dont le premier sortira en avril 2028.