Venise - 

Mostra 2013 - E o glamour do Lido? O evento continua majestoso!

Lica Cecato - September 2013
A Mostra di Venezia 2013 - "De maneira pessoal, como vivo no Lido di Venezia, nesta ilha onde em geral não acontece nada, tem-se a sensação da chegada e da partida de um circo".
Chegamos ao final da 70 ª edição do Festival de Cinema de Veneza , 52 filmes em seleção oficial de longas-metragens, 17 filmes fora da competição, e no total, uma soma de 3.470 filmes de 33 países. Quatro júris internacionais atribuíram os prêmios oficiais da 70° Festival Internacional de Cinema de Veneza: Veneza 70, presidido por Bernardo Bertolucci, ORIZZONTI, presidido por Paul Schrader, Opera Prima presidido por Haifaa Al Mansour, e o júri de Venezia Classics.

 De maneira pessoal, como vivo no Lido di Venezia, nesta ilha onde em geral não acontece nada, tem-se a sensação da chegada e da partida de um circo, fascinante e devastador, mas que quando vai embora deixa rastros de memoria que poderiam ser considerados como uma ilha dentro de uma ilha, uma ilha cinematográfica dentro de uma ilha real, “normal”, italiana, pequena como qualquer uma cidadezinha do interior.

Com todas as dificuldades sócio -econômicas que enfrentamos no mundo de hoje, e especificamente na Italia, sonhar faz bem

e o festival traz o sonho de um presente e de um futuro para o cinema. Soam as trompetes, vamos iniciar! Nossos malabaristas começaram e acabaram seu show de cinema espetacular, com um tributo ao 3D, quer goste, quer não, iniciando com o filme Gravity , de Alfonso Quaron com Sandra Bullock e George Clooney e fechando sempre em 3D com Amazônia, de Thierry RAGOBERT. Achei bem bacana a iniciativa e a ideia de Alberto Barbera, que para celebrar o aniversário de 70 anos de festival, convidou 70 diretores para realizar mini filmes de 1 a 2 minutos, livres de quaisquer restrições e regras a não ser a duração, e que se baseassem [com toda a liberdade] na temática do cinema, com foco no futuro da sétima arte. Na verdade, o Festival de Cannes, em 2007, havia feito algo similar, por ocasião do sexagésimo aniversário do festival francês, com o filme A cada um o seu próprio filme, composto de 34 curtas-metragens, um pouco mais longos que os de Veneza, 3 a 4 minutos, sempre ligados ao tema comum de celebração do cinema. Em Veneza, editados rigorosamente em ordem alfabética, foram apresentados num só filme intitulado Veneza 70 - Future Reloaded, que foi exibido gratuitamente ao público no primeiro dia do festival, despertando o interesse da imprensa e dos amantes de cinema.

O grande prêmio, o Leão de Ouro, foi dado ao filme italiano Sacro GRA , de Gianfranco Rosi, que nasce como documentário, e contém personagens e histórias do cotidiano, com um realismo romano que lembra os filmes italianos do passado. Este é o primeiro ano que documentários são autorizados na competição. Diga-se de passagem que eram 15 anos que a Itália não era premiada com um Leone d’Oro, sendo a ultima vez em 1998, a Così ridevano de Gianni Amelio, que este ano volta à casa com as mãos vazias, enquanto a Coppa Volpi de Melhor Atriz foi para Elena Cotta, 82 anos e atriz principal de Via Castellana Bandiera de Emma Dante. O presidente do juri do festival de Veneza, Bernardo Bertolucci, havia afirmado aos curiosos dos últimos dias antes da premiação: "Espero que seja um filme que irá surpreendê-los, isto é, um filme imprevisível, o que vencerá o Leão de Ouro. Gostaria de ser, eu mesmo, surpreendido, em relação às premiações que faremos." Na verdade, Itália saiu vencedora, com três prémios importantes, sendo que o terceiro premio italiano, foi na seção ORIZZONTI, para melhor diretor, a Uberto Pasolini em Still Life , trágica história de um homem encarregado de enterrar pessoas cujos parentes desapareceram. Leão de Prata para Miss Violence, dirigido pelo grego Alexandros Avranas, trata de violência e abuso sexual de um avô com sua neta de onze anos, que comete suicídio . A interpretação do protagonista Themis Panou ganhou a Copa Volpi de Melhor Ator. O Grande Prêmio do Júri foi para Jiaoyou ou Stray Dogs, do mestre taiwanês Tsai Ming-Liang, que anunciou ser este seu ultimo filme. Tsai mostrou grande respeito para com os espectadores da Sala Grande: "Meu filme é difícil de premiar porque é muito lento. Agradeço ao júri que assistiu meu filme, mas também ao público de Veneza, que desacelerou os seus passos para me acompanhar ".

O jovem de 16 anos Tye Sheridan ganhou o Prêmio Marcello Mastroianni para Melhor Revelação por sua interpretação em Joe, EUA, do diretor David Gordon Lee. Ele interpreta o adolescente que o protagonista Joe (Nicholas Cage) tomou sob sua proteção para ensiná-lo a sobreviver na vida difícil e violenta do interior do sul dos EUA. Philomena de Stephen Frears , recebe o prêmio de melhor roteiro por Steve Cogan e Jeff Pope . O Prêmio Especial do Júri foi para Die Frau des Polizisten do diretor alemão Philip Groening, enquanto o Leão do Futuro, Prêmio Obra Prima Luigi de Laurentis, foi para a White Shadow de Noaz Deshe, história baseada no drama da minoria albina na Tanzânia. Finalmente, os vencedores da seção ORIZZONTI: Melhor Filme Eastern Boys, de Robin Campillo; Melhor Diretor, o acima citado, Uberto Pasolini, em Still Life; prêmio especial para Ruin de Michael Cody e Amiel Courtin-Wilson; prêmio especial de conteúdo inovador para Mahi Va Gorbeh ou Fish & Cat por Shahram Mokri e melhor curta-metragem para Kush de Shubhashish Bhutiani.

Não se pode deixar de citar o sucesso dos filmes clássicos restaurados - Le mani sulla città de Francesco Rosi, La proprietà non è più un furto de Elio Petri, O Salário do Medo por William Friedkin só para citar alguns dos que foram por assim dizer, redescobertos, e que impressionam pela atualidade, embora feitos no passado. Os aplausos saudaram os fragmentos de noticiários da LUCE dedicados à história do Festival, passados antes de cada filme, assim como a emoção que passam encontros históricos como por exemplo o de Ettore Scola com Federico Fellini. Alberto Barbera admite com a satisfação de quem faz um gol, que foram verdadeiros desafios. Se vê que recuperar a memória cinematográfica faz bem à alma e... aos olhos.

 E o glamour do Lido? Após os primeiros dias animados com a presença de George Clooney, Sandra Bullock, Scarlett Johansson, Judy Dench, James Franco, Daniel Radcliffe, o RED CARPET recebeu também estrelas italianas como Paola Cortellesi, Michele Rion, Giuseppe Battiston, Walter Veltroni, todos invariavelmente convidados a posar para fotos e a autógrafos ao som dos gritinhos de um público jovem e animado, talvez ofuscado pela ideia da fama. Mas e o glamour?

Claro que não existe mais o glamour que existia nos tempos de ouro do cinema

e talvez seja pretensioso considerar o RED CARPET do Lido di Venezia como o de Cannes, mas valeu e como um bom circo viajante, o evento continua majestoso e o silêncio que deixa para trás, deixa também uma esperança de que o cinema não acabou, muito pelo contrário, VIVA O CINEMA! VIVA o FESTIVAL DEL CINEMA DI VENEZIA e vambora pro 71 do ano que vem, e mais uma década se inicia.

Lica Cecato



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