14-10-2011 13:44:06

Diario de uma brasileira em Marrakech

"Estou aprendendo a cantar música latina, e isso é maravilhoso, estou aprendendo a receber ordens (que difícil!), e desenvolvendo tolerância para cantar o samba tocado por quem não entende nada de samba"
Por Livia Lucas (Marrakech)


Cheguei em Marrakech no domingo, para uma temporada que durará de 3 a 4 meses. Recebi uma proposta há 20 dias, de vir ao Marrocos cantar salsa em um restaurante diáriamente, e topei o desafio. Nunca havia encarado essa maratona na minha vida, trabalhar como funcionária da música é uma novidade para mim. E aqui estou eu! Cantando bossas, salsas e boleros, como cantora contratada, acompanhada por um grupo que conheci no domingo, para "atacar na segunda". Abandonando por um curto período de tempo meus projetos, minhas paixões, minhas certeza (que já não são muitas), para entregar-me ao desconhecido - que nesse caso tem como conhecido apenas o repertório, todas canções famosas - um excelente e duro exercício de aceitação, de convivência com o grupo (e principalmente comigo mesma e com as minhas verdades), pois vivemos no mesmo apartamento, um exercício tremendo para o ego mal acostumado à caprichos e vontades, que nesse trabalho não têm a menor importância.
"Aqui no Marrocos o músico é muito bem tratado. Temos um apartamento espaçoso e equipado ao lado do restaurante, comemos bem todas as noites, tocamos em um palco decorado e super sonorizado".
Estou aprendendo a cantar música latina, e isso é maravilhoso, estou aprendendo a receber ordens (que difícil!), e desenvolvendo tolerância para cantar o samba tocado por quem não entende nada de samba, que é o mesmo que um brasileiro tocando salsa, e aprendendo a aturar diariamente a figura do cliente chato, aquele bebe demais e incomoda.

Aqui no Marrocos o músico é muito bem tratado. Temos um apartamento espaçoso e equipado ao lado do restaurante, comemos bem todas as noites, tocamos em um palco decorado e super sonorizado. Aqui o contratante pensa em todos os detalhes, é bem legal!

Marrakesh é uma cidade bem interessante, tem cor de terra, um calor seco e um cheiro característico bem agradável. Ao contrário do que imaginava, nem todas as mulheres são reprimidas, nem todas andam cobertas, ou melhor, muitas andam bem descobertas, bem mais que eu. O turismo move a cidade, tem turista pra todo lado, e o comércio gira em torno dessa clientela. Aqui a prostituição é algo muito comum, e muita gente visita a cidade em busca do sexo fácil, isso é visível!

Eu conheci um pouquinho do Marrocos nos últimos 2 dias, e no primeira noite que saímos, além de assistir uma bonita apresentação de dança do ventre, assisti bem de pertinho à uma manifestação popular pouco civilizada, e já percebí que nas noites em que a seleção marroquina ganha um jogo de futebol é melhor não colocar o pé na rua, pois a multidão (homens em grande maioria) se comporta de maneira selvagem, a ponto de subir nos carros, saltar no capo e no teto, esmurrar os vidros, e assustar bastante quem não conhece o esquema. 
Ontem enrolei a serpente no pescoço, conheci um pouco a Medina, me perdi, e estou tentando me encontrar nessa cidade louca e muito interessante! Acelerei o meu francês de maneira inacreditável (mas ainda falta muito), e facilmente posso passar por Marroquina, o que facilita a minha vida em muitas situações. Estou aprimorando a arte de negociar, algo que eu adoro fazer!

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