|
Paris - Foto-Cine Meu encontro com el fotógrafo Henri Cartier-BressonPor Hélios Molina - Tradução Meyre Maluf 21 fevereiro 2014 Ele chegou, um metro e noventa de altura, 91 anos, um aperto de mão vigoroso, olhar translúcido, em um canto escondido e secreto do xxe arrondissement (20° distrito de Paris). Caminhamos juntos alguns metros por esta rua ensolarada, para dar uma olhada nos graffitis…
Hélios Molina : Como foi seu encontro com Gandhi (1) ? Henri Cartier-Bresson : Como queria fotografá-lo, fui até a casa dele. Mostrei –lhe fotos do meu livro pra que visse o que eu fazia. Ele se interessou por uma foto de Paul Claudel olhando um carro fúnebre vazio e me perguntou : - Qual o significado desta foto ? E em seguida, em inglês , repetiu três vezes : a morte, a morte, a morte. E por um bom tempo continuou olhando em silêncio. Ele tinha um outro encontro quinze minutos depois do nosso. E ele foi assassinado… H.M. : O senhor presenciou a ascensão ao poder dos comunistas na China ? HCB . : Eu conhecia o capitão do Améthyste, um navio inglês, e a revista Life me pediu para subir a bordo e fotografar a passagem dos comunistas no momento em que atravessassem o Yang-tseu-Kiang. Fui ver Guillermaz, nosso adido militar – não frequento adidos militares habitualmente - mas ele fez uma antologia da poesia chinesa, é um homem maravilhoso. Ele me disse : -« nenhum conselho a lhe dar, mas se quiser salvar sua pele, não vá ! Invente uma desculpa, diga à Life que está com uma crise de fígado, é a doença usual dos Français. » E o Améthyste afundou. H.M. : O senhor era membro da AEAER (2), associação dos artistes revolucionários ? HCB : Era H.M. Era interessante ou era, uma enganaçāo ? HCB. Era o Aragon da rua Navarin, O Aragon que eu admirava, o do « Paysan de Paris » (Camponês de Paris), da libertinagem. Havia também Brassaï, Kertesz. Eu tinha uma fé ingênua, quero dizer uma forma de esperança… Havia algumas reuniões, de vez em quando . H.M. Aragon, que sentimento resta da personagem, decepção ? HCB : Reconhecimento e desprezo, uma péssima combinação. Porque Chimu (apelido de David Seymour), Capa e eu trabalhávamos no « Ce soir » jornal do Aragon, fazíamos foto-reportagens. H.M. Qual a sua posição a respeito do direito à imagem que se restringe inexoravelmente ? Robert Doisneau sofreu vários processos… HCB : Doisneau estava errado porque a gente não brinca com essas coisas… É grave ! Meu amigo Capa, ele, não tinha traficado a foto do soldado morto no campo de batalha. H.M. : Me contaram que o senhor fotografou em uma praia do Norte o beijo de um casal cuja mulher não era a esposa e que esta acabou se manifestando mais tarde. HCB : Grande número de pessoas se reconhecem em uma mesma foto. Doisneau caiu na mesma armadilha com o « Baiser de l’hôtel de ville » (beijo em frente à prefeitura de Paris). Tudo se articula em torno da legenda. Se as pessoas se beijam, eu não sei quem elas são… o direito à imagem é apenas uma questão de dinheiro. H.M. O senhor se refere com frequência ao russo anarquista Michael Bakounine. A partir de quando o senhor adotou o pensamento libertário ? HCB : Com Elie Faure, o grande historiador de arte. Há muito tempo. Era o tio de Tracol, meu amigo de infância, meu amigo de sempre. Eu lia Elisée Reclus também. HM : O senhor não é o único fotógrafo a trocar a fotografia pela pintura. Porque esta escolha ? HCB : Vai bem mais longe pois o desenho é uma grafologia. A foto é um ação, o desenho uma meditação. Mas eu continuo fazendo retratos sem máquina fotográfica. Oh, clic, acabo de fazer seu retrato ele vai ficar na minha memória. Os retratos eu adoro ! É preciso que tudo esteja no lugar certo e é sempre uma questão de milímetro. Se trata de geometria. Sentimentos, o inferno está cheio deles ! H.M. : E a guerra da Espanha, foi importante na sua vida ? HCB : Foi uma premonição do que ia se passar em seguida. Eu entrei por Puigcerdá em 1939, (vilarejo de montanha na fronteira no fim da guerra civil). Data do lançamento do meu filme « Victoire de la vie » (vitória da vida). Foi tão longa esta montagem … H.M. A agência Magnum (3) do começo, também aí era o espírito libertário ? HCB : Para Chim, Capa et moi era. Depois virou uma empresa. Mas foi Chim que fez Magnum. Ele tinha uma cabeça de matemático. Capa era um aventureiro. H.M. : E o senhor, como o senhor se qualifica ? HCB : Intelectual… não posso definir. Exite uma unidade absoluta entre nós. H.M : Qual o critério de uma boa foto ? HCB : A geometria, em seguida a sensibilidade. Mas a base é o desenho. H.M. Qual pode ser o lugar do artista na agitação política da nossa sociedade ? HCB : Vou limpar meus óculos antes para respondê-lo… Para mim todo ser humano sensível é um artista em potencial. A palavra « artista » a gente não coloca na carta de visita. Tudo tem sua importância. Não fazemos nada impunemente. E se a gente reclama escondido, acaba ficando com dor de estômago… Entrevista de Hélios Molina em abril 2000 na casa de Henri Cartier-Bresson rua de Rivoli em Paris. (1)Em 1948 ele passou um tempo na Índia e na China (com o fim do Kouo-Min-Tang e o começo do poder comunista). (2) Em 1923, ele frequentava os surrealistas. (3) Em 1947 ele funda com Robert Capa, David Seymour e George Rodger agência Magnum. Ele deixa a agência em 1966 e continua com a exploração de seus arquivos. Meu encontro com Henri Cartier-Bresson Ele chegou, um metro e noventa de altura, 91 anos, um aperto de mão vigoroso, olhar translúcido, em um canto escondido e secreto do xxe arrondissement (20° distrito de Paris). Caminhamos juntos alguns metros por esta rua ensolarada, para dar uma olhada nos graffitis de todas as cores sobre o mur ao lado. Na delicadeza do seu olhar, senti que havia um homem sensível, um poeta pronto a se encantar ainda e sempre, apesar do turbilhão de aventuras e dos incessantes cumprimentos que coroaram seu trabalho. Ele se sentou à beira de um banco. Eu o encontrei posteriormente várias vezes na sua casa frente ao jardim das Tulherias olhando na tela de um computador um vasto panorama de fotos dentre um acervo de milhares de fotografias preto e branco. A ideia era fazer um livro (4) sobre o mundo do trabalho e seus sofrimentos. Depois de muitas semanas e meses surgiu para mim uma outra dimensão do homem. Um olhar social profundo sobre o mundo cruel do trabalho. Um enfoque justo sobre as dores de cabeça que vivem no quotidiano milhares de pessoas, seu sofrimento, suas dores. Depois, com ele me deixei embarcar nesta foto de um homem de bicicleta que disaparece por uma estrada de terra no México com seu violãoncelo enorme nas costas. Ele sorria afetuosamente diante deste homem fugindo de bicicleta estrada afora. Cartier-Bresson, como um olhar de criança segura de si em um mundo cruel. Hélios Molina(4) "Vers un autre futur" aux éditions Nautilus (agotado). |
Photo extraite du film de Mario Grave - S'abonner sur notre canal Youtube pour avoir accès à nos films :
![]() Deep Purple, quelques notes sur un toit brûlant Montreux, janvier 1972, Deep Purple enregistre ce que sera SON titre, "Smoke On The Water". Micmag vous propose un coup de projecteur sur un riff d'anthologie... La suite, ici. |
![]()
Paris - jusqu'au 11 janvier 2026
« Le mystère Cléopâtre », jusqu'au 11 janvier 2026 à l'Institut du Monde Arabe.
C'est une exposition entre mythes et histoire sur la célèbre reine d'Egypte que propose l'Institut du Monde Arabe. Son nom et sa légende ont traversé les siècles : Cléopâtre VII a régné sur l'Egypte antique, il y a plus de 2 000 ans. La mythique souveraine de la dynastie des Ptolémées est l'une des figures les plus connues du monde antique, mais la réalité n'étaye pas toujours les nombreuses histoires que l'on raconte sur elle. Lire la suite, ici. |
4e Conférence mondiale pour l'égalité femmes-hommes
Parus accueille les 22 et 23 octobre 2025 les représentants d'une quinzaine de nations pour la 4e Conférence ministérielle des diplomaties féministes qui vise à mettre en place une action mondiale face aux blocages et aux reculs des droits des femmes. |
Elvis Presley : un nouveau film-concert
Un demi-siècle après la dernière apparition scénique d’Elvis Presley, Baz Luhrmann proposera, en 2026, EPiC: Elvis Presley in Concert, un film-concert inédit rassemblant des images restaurées de la légendaire résidence de Las Vegas en 1970 et de la tournée américaine de 1972. |
L'iran facilite les opérations Transgenre
L'Iran combat le mouvement LGBT dans son pays mais favorise les opérations pour les étrangers qui désirent changer de sexe. Business is business ! |
Une guitare volée aux Stones vient de refaire surface
Une Gibson Les Paul Standard de 1959 volée aux Stones dans les années 1970 vient d’être retrouvée. L’instrument, qui appartenait à Mick Taylor, a été identifié dans une collection de 500 guitares récemment acquise par le Metropolitan Museum of Art de New York. |
Le buste de Jim Morrison enfin retrouvé !
Trente-sept ans après sa disparition, le buste de Jim Morrison, couvert de graffitis, a été retrouvé dans le cadre d’une autre enquête. Pour en savoir plus, ici. |