24-05-2011 12:08:19

Indignados - como se fosse o título de um filme...

‘A primavera espanhola’, alguns já a chamam assim como se fosse o título de um filme de Garci. O dia 15 de maio: quando as forças do estado reprimiram com violência uma marcha pacífica e encarceraram quase uma vintena de pessoas.

Por Maribel Sanz (Porta do sol-Madrid)-Tradução Maria Fullana-Regina Del Papa



‘A primavera espanhola’, alguns já a chamam assim como se fosse o título de um filme de Garci. O dia 15 de maio, quando as forças do estado reprimiram com violência uma marcha pacífica e encarceraram quase uma vintena de pessoas. Os jovens espanhóis saíram à rua pela primeira vez e desde então, não voltaram para casa

 É a “15M” uma agitação de consciências inesperada, promovida pelas redes sociais, escondida pelos meios tradicionais e encorajada pela falta de representação política de uma sociedade que agoniza no final do mês, com uma hipoteca à vida e onde a metade dos menores de 30 anos não tem trabalho.

 ‘Não têm culpa os políticos’-dizem os jovens. A culpa é a recessão mundial que bateu nos espanhóis, parece que em maior proporção do que no resto. Porque a nós mais? Por que estamos desempregados e ficamos calados? E assim, engolindo engolindo, os políticos encheram os bolsos e moveram os fios da nossa economia de forma inconsciente e sem muito tino, sem olharem de perto a rua, porque lá, antes, não havia ninguém.

O que fazemos aqui?

Mas toquemos um pouco mais na ferida e perguntemos: quem os elege ? Aos políticos, refiro-me. Supõe-se que nós, porque para isso é que vivemos em uma democracia… não é? Então há algo que não entendo, porque é que olhando as forças que governam por toda a parte do território nacional, parece que apenas duas são representadas, quando às eleições se apresenta uma grande quantidade de listas , multiplas e variadas. Isto conduz-me a uma dúvida: Onde vão os votos daqueles que não comungam com nenhum destes dois programas políticos que, no final, mantêm a política de sempre, em prol do fracasso do pobre e da riqueza do rico?

Não há que procurar muito para encontrarmos a explicação: a lei eleitoral que data de 1985 e que ainda segue vigente tem a culpa. E é que os votos não têm o mesmo valor em toda a parte. Não, senhores, um voto não tem valor nem unitário nem equitativo. A lei eleitoral no estado espanhol não é democrática e por isso #democraciarealya (verdadeira democracia já) tem sido um dos trendig topics que mais envia mensagens pelo alto-falante do século XXI chamado Twitter.

Múltiplos espaços de reflexão coletiva

Independentemente dos resultados eleitorais que deram uma clara vitória à direita, conquistando mesmo municípios e autonomias historicamente socialistas, os acampados da Porta do Sol seguem  sua luta. Alguns levam mais de uma semana debaixo das lonas, mas asseguram estarem dispostos a ficar lá tanto tempo quanto fôr necessário, até que se perceba alguma mudança.

Aquilo está organizado em grupos de trabalho: zona de cartazes, de comida, enfermaria… Diversos coletivos organizam-se aproveitando esta plataforma para reclamar os seus direitos, por exemplo músicos e feministas. Vizinhos e anônimos oferecem alimentos e outras facilidades. Há uma zona de wi-fi e uma biblioteca cujas prateleiras já estão lotadas de livros doados. Nota-se o cansaço físico mas seguem a fluir os pensamentos de reivindicação em cada praça, em cada assembléia.

Não, não é este um protesto contra algo concreto, a reflexão coletiva vai-se bifurcando por muitos caminhos. O importante –declaram os organizadores– é que se crie uma atmosfera de inconformismo, que vejam que não podem fazer conosco o que eles querem. E a avalanche que surgiu como uma iniciativa de uns poucos, foi cada vez maior até se propagar no mapa de concentrações convocadas a nível mundial.

Desde Madrid até o Vietnam, o mundo olha a #spanishrevolution com interesse, não sabemos se com vontade de fazer a mesma coisa que nós, mas certamente com curiosidade, a curiosidade de saber por um lado, por quanto tempo isso pode durar e, por outro, como dizem os cartazes, não deixaremos dormir aqueles que mataram os nossos sonhos.



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