21-07-2011 18:51:26

Aberta temporada erudita em todo Brasil

Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, em Juiz de Fora, nas Minas Gerais, reafirma perfil diferenciado entre os circuitos de inverno que acontecem nessa época pelo país.

Por Leonardo Martes – (Juiz de Fora/MG – Brasil)


Desde o dia 17 de julho Juiz de Fora vem sendo palco para a 22ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, evento tradicional na cidade que toma conta das ruas e teatros da cidade durante duas semanas, atrai expectadores e alunos de 17 estados e movimenta a cidade no período de férias. O evento acontece até o dia 30 de julho e traz uma programação rica em cultura e musicalidade. A abertura oficial aconteceu no Cine-Theatro Central com o recital do Duo Assad, formado pelos irmãos violonistas Sérgio e Odair Assad. Com carreiras consolidadas nos Estados Unidos e Bélgica, eles são responsáveis pela maneira inovadora de tocar violão. A dupla criou um padrão que influenciou jovens instrumentistas e inspirou autores a comporem especialmente para os dois. Nomes como o do argentino Astor Piazzolla, além de Radamés Gnattali, Jorge Morel e Francisco Mignone fazem parte do repertório da dupla. No show foi apresentado um repertório eclético, que vai do erudito, em transcrições para o violão de obras de Bach, Rameau e Scarlatti, a canções folclóricas, passando pelo jazz e pela música latina. O repertório ainda teve composições de Gershwin, Ginastera e Debussy. Atualmente, Odair mora em Bruxelas e dá aulas de violão na Ècole Supérieure des Arts, e Sérgio reside em São Francisco, onde ensina na SF Conservatory. Dia 23 é a vez da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresentar gratuitamente no Central, dando continuidade a inúmeras atrações do festival.

Com perfil bastante específico, devido à proposta temática, ao longo de suas duas décadas, o evento é o único do país a se dedicar ao repertório colonial e antigo, apesar de algumas atrações culturais em comum com outros festivais do gênero que são mais ecléticos.

A diretora executiva do Pró-Música, Maria Isabel de Souza Santos, em entrevista para o repórter Leonardo Toledo, do Jornal Tribuna de Minas, disse que “é uma característica forte o fato de o festival ser temático. Nosso grande sucesso talvez seja esse. Fomos fundo nessa questão e ganhamos repercussão”, finaliza a diretora referindo-se à programação oferecida em cidades como Ouro Preto e São João Del Rei, em Minas Gerais, e Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, que promovem espetáculos de música erudita entre outras atrações, como shows de MPB, peças de teatro e festivais de dança.


Instrumento por todo lugar


A programação do 22º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, traz, além dos tradicionais concertos noturnos, atrações paralelas, como exposição e apresentações no Calçadão da Halfeld e em outras cidades. Um dos pontos altos do festival são as palestras temáticas ministradas por importantes nomes ligados ao evento no Colégio dos Jesuítas, no dia 20 pela manhã. Nas palestras estiveram presentes o crítico musical do Jornal do Brasil, Rodolfo Valverde com o tema “A ópera: do nascimento aristocrático ao estilo veneziano”. O crítico justifica que “a música, como qualquer manifestação artística, realmente, não precisa de explicação, mas nosso objetivo é situar o espectador quanto ao estilo e à circunstância de composição apresentados nos concertos”. E assinala: “quando se tem o conhecimento histórico, fica mais fácil participar. Muitos podem até dizer que não gostam, mas, sem dúvidas, entender é ouvir com outros ouvidos”.

Em sua palestra, Valverde destaca, entre outros pontos, a importância da ópera que marcou o período barroco. “Como este é um festival de música antiga – tudo o que foi produzido até o século XVIII - , é preciso esclarecer como outros segmentos como as artes plásticas e cênicas e a literatura, por exemplo, foram sendo incorporados”.

Novidades para 2012

 O Festival Internacional realizado pelo Pró-Música, desponta o início de uma nova fase a partir da próxima edição, quando estará concluído o processo de transição na incorporação do Pró-Música pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A grande expectativa é de que a universidade – que participa desta edição como patrocinadora – amplie horizontes e traga novidades para a programação do ano que vem. A coparticipação com uma instituição de ensino superior é uma realidade em vários outros festivais do país, como o Festival de Campos do Jordão que conta com suporte da Tom Jobim – Escola de Música e da Santa Marcelina Cultura. Já o Festival de Londrina tem o suporte da Universidade Estadual de Londrina.

Esta edição do Festival do Pró-Música ganhou destaque na questão teórica, permitindo ao público participar de palestras com os músicos convidados antes dos concertos. Para os alunos, haverá neste ano máster classes com cinco professores, incluindo os franceses do grupo Doulce Mémoire. A programação cultural reforça essa proposta com destaque para a apresentação de programas temáticos. A diretora da instituição enfatiza que “essa é a oportunidade de o espectador presenciar uma obra completa. São concertos que exigem fôlego, não uma amostragem como acontece geralmente”.

Brasil afora

 O clima europeu que toma conta do país nessa época do ano, com temperaturas mais amenas, faz do inverno a temporada para a música erudita no Brasil. No mês de julho, são inúmeras as presenças de orquestras e solistas em salas de concerto e espaços públicos nos quatro cantos do país, cujos festivais se divergem em proposta e proporção.

No Paraná, o Festival de Londrina diversifica nos estilos presentes em sua programação, com atrações que vão do clássico à MPB, com destaque para os teatros musicados. A maior parte dos espetáculos tem entrada franca. Já em Piraciba, no interior paulista, a segunda edição do Festival Internacional de Música Erudita começou dia 19 deste mês e vem com a proposta de se firmar como o festival de Juiz de Fora, dando ênfase na formação de público para a música clássica e com programação totalmente gratuita.

O Festival Internacional de Campos do Jordão, cidade localizada na Serra da Mantiqueira no estado de São Paulo, é um dos maiores eventos de música do país e concentra o maior número de atrações com convidados renomados. Ao todo, são 55 concertos na edição deste ano. Mesmo com o corte de R$ 1 milhão, o evento chega à sua 42ª edição com um orçamento de R$ 5,5 milhões, um valor que torna ainda mais expressivo quando comparados aos R$ 400 mil gastos pelo Pró-Música em Juiz de Fora.

Diferentes de outros festivais, onde a maioria dos recitais são gratuitos como o de Juiz de Fora, em Campos do Jordão grande parte dos eventos é paga, com ingressos entre R$ 30 e R$ 100. O diretor executivo do Festival do Pró-Música, Júlio César Santos, prefere evitar comparações. Para ele “são formatos diferentes. Campos do Jordão trás outra proposta de grande importância”. Maria Isabel Santos reforça que a cobrança de ingressos “sempre esteve fora de questão, pois nossa proposta é a formação de público. É uma questão política. Se cobrar ingresso, elitiza e acaba não constituindo sua função”.


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