13-01-2011 18:31:56


O Louvre, uma boa transação financeira.

Esta é uma pesquisa que chama a atenção em período de crise. O Louvre não sofre com as perturbações e é um peso pesado da economia francesa.
Por Hélios Molina


O número de entradas, assim que suas
rendas externas não param de aumentar ; 8,5 milhões de visitantes em 2010, um recorde absoluto, e desde 2001, a freqüência cresceu 67%.
Fato inédito na França, temendo certamente, uma interferência entre o debate cultural e o debate econômico, nenhum trabalho realmente sério ainda tinha sido feito sobre o Louvre, segundo uma pesquisa recente do centro econômico da Sorbonne sob os auspícios do professor Xavier Greffe (1), revelada 5 de junho passado, o primeiro museu do mundo contabiliza entre 600 milhões e um bilhão de euros de receita por ano. Como os dados datam de 2006, esses valores não incluem os 400 milhões de euros adicionais obtidos graças ao projeto Louvre Abou Dabi. Saiba, que dos 175 milhões de euros do seu orçamento anual a participação do Estado é de apenas 110 milhões de euros. Agora é possível compreender o impacto da empresa Louvre. É claro que os valores obtidos extasiaram os responsáveis desse famoso museu. E esses dados vem contradizer aqueles segundo os quais investir em cultura é sempre investir à perda. Aqui neste caso o Estado faz um excelente negócio e colhe os louros das grandes reformas, desejadas pelo presidente Mitterrand, para aumentar o museu. Seu prestígio não pára de crescer sobretudo à partir de 2005 com o fenômeno “O código Da Vinci” (Dan Brown e seu romance). Esta idéia corrobora uma outra pesquisa realizada em 2008 pela UNCTAD (comissão das Nações Unidas para o desenvolvimento), onde se evidencia que « as atividades culturais estão sendo uma das principais molas do crescimento, qualquer que seja o nível de desenvolvimento do país em questão ». A cultura contribui consideravelmente ao crescimento econômico mesmo nos países pobres. Mas, como o Louvre dá lucro ? Tem, é claro, o preço da entrada (fixado a 8.50 euros). O Louvre também aluga espaços para filmagens, recepções privadas, o que representa, diga-se de passagem, a considerável soma de 13.7 milhões de euros. E finalmente, há também os dividendos obtidos com a edição e os filmes. Ficamos sabendo através de outra pesquisa que um turista estrangeiro passa em média 2 dias e meio em Paris e mesmo o universo da arte, da pintura ou da escultura não fazendo parte da sua vida o visitante se sente forçado a ir ao Louvre para não passar vergonha quando voltar para casa. Assim, só o Louvre gera anualmente 391 milhões de receita turística. O ponto relevante do trabalho realizado por Xavier Greffe está no que diz respeito à influência econômica do Louvre. A receita fiscal bruta é avaliada entre 37 e 82 milhões de euros. É interessante também notar os empregos ligados ao museu. O Louvre emprega 2000 mil pessoas, mas é tal a sua abrangência que permite a quase 15000 outras viver e trabalhar nos restaurantes, hotéis e outros comércios ao redor. A sua importância transcende de muito a esfera da instituição Louvre. Numa época em que as verbas do Estado tendem a diminuir, a metade dos recursos financeiros do Louvre é oriunda do mecenato ou de aluguéis, o que leva certos críticos a dizer que o Louvre está na linha reta para a privatização. Pode ele continuar de maneira desenfreada essa busca de rentabilidade ? A afluência pode aumentar indefinidamente ? Não há limite ao número de visitantes ? O debate está aberto. Tudo estaria na santa paz se a ambição desmesurada de alguns grandes museus não tivesse trazido à tona muitas questões de ética junto aos conservadores. De um lado, os antigos, próximos do grande museu, denunciam frequentemente os perigos de tal deriva. De outro lado, os modernos que preconizam uma abertura internacional e a angariação de fundos privados. Conseqüência disto, por exemplo, a implantação da marca Louvre em Atlanta e em Abou Dabi. Apesar dos encantos da riqueza, as questões continuam. Devem os museus responder às leis econômicas como todo e qualquer outro produto de consumo, se indignam seus detratores ? Tendo em vista os últimos valores financeiros e o peso econômico do Louvre, esse debate tão recente chega a parecer distante.
A marcha para uma privatização – sem sombra de dúvida – está bem engatilhada.

 

Eventos

Mundo vintage (clicar no título)

La Saint Valentin dans tous ses états !

 La Saint Valentin ? Même si vous pensez que vous n'avez pas besoin d'une "date" pour échanger des mots doux, vous n'y échapperez pas. Alors pour tout savoir sur elle, son origine, ses rites, ses pratiques..., la rédaction de micmag vous a concocté un bon petit dossier... ici

Destaques de París

La Cité des Sciences et de l'Industrie présente une exposition tout public à voir en famille autour d'un thème universel : la danse. Du flamenco à la danse classique, en passant par la salsa, le contemporain et la valse, la danse est un art à part entière, un moyen d'expression qui raconte tout par la gestuelle. Une exposition immersive qui fait bouger. Pour en savoir plus, ici.

 

Notícias

Les guitares de Jeff Beck aux enchères

Après celles d’Eric Clapton, David Gilmour, Mark Knopfler… c’est au tour des guitares de Jeff Beck d’être vendues aux enchères le 22 janvier prochain chez Christie’s.

 
« L’occasion cannibalise le livre et ceux qui le font exister »

Une étude publiée en 2024 par le ministère de la Culture montre qu’en 2022 un livre sur cinq a été acheté d’occasion, les auteurs ne touchant rien sur ces ventes. D'où le cri d'alarme de Christophe Hardy, Auteur et président de la Société des Gens de Lettres.

 
Meurtres de journalistes

Selon le rapport de l’Unesco, en 2022 et 2023, 162 journalistes ont été tués, soit un tous les quatre jours pour "avoir fait son travail essentiel de quête de vérité." ; 85 % de ces meurtres sont considérés comme non élucidés.

 
La France, pays « de lecteurs dévoués »
Selon une étude de la Fédération des libraires européens et internationaux (EIBF) 80 % des Français citent la recherche d’une « atmosphère agréable » comme première raison pour se rendre en librairie.
 
Argentine, un niveau de pauvreté inquiétant

Selon les dernières statistiques, 52,9% de la population vit désormais sous le seuil de pauvreté soit environ 15,7 millions d’Argentins. En 2023, ce chiffre était de 41,7 %.