05-10-2011 22:51:12

Rock in Rio: diversidade musical não agrada rockeiros

Maior festival de música do Brasil termina com revolta de músicos e público-alvo. Grande momento do festival foi o cantor, compositor e pianista norte-americano Stevie Wonder,

Por Leonardo Martes – enviado especial ao Rio de Janeiro/RJ – Brasil


Foram sete dias, 35 artistas e muita música na Cidade do Rock. Por lá passaram artistas brasileiros e estrangeiros como Shakira, Metállica, Gun’s and Roses, Ivete Sangalo, Riahnna, Milton Nascimento, Titãs, Stevie Wonder, Coldplay, Janelle Monáe, Slipknot, Ke$ha, Elton John, Red Hot e inúmeros outros grupos que fizeram o maior festival de música do Brasil entre os dias 23 de setembro e 02 de outubro.

A Cidade do Rock recebeu milhares de visitantes do mundo inteiro. E cada artista, em seu estilo, deu um show à parte. Destaque para a banda norte-americana de metal System of a Down que apresentou um show bem pesado, para delírio dos fãs do estilo musical, mas pecou ao tocar um repertório longo demais, com 28 canções, deixando o espetáculo um pouco cansativo.

Outro grande momento do festival foi o cantor, compositor e pianista norte-americano Stevie Wonder, 61 anos. Ele dominou a plateia e imprimiu seu toque de classe ao festival de rock. Durante duas horas, o artista desfilou os maiores sucessos da carreira, misturando canções dançantes como "Higher Ground" e "Living for the City", com baladas, caso de "Do I Do", "For Once To My Life", "Overjoyed" e a inevitável "I Just Called To Say I Love You". Entre uma música e outra, ele não economizava declarações de amor ao público brasileiro.

Dessa vez, Stevie também prestou homenagem à música brasileira ao chamar sua backing vocal e filha, Aisha Morris, para cantar "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. A cantora começou com a versão em inglês mas não segurou. O público cantava com tanta força em português que ela acabou cedendo. Foi um dos momentos mais bonitos do Rock in Rio, com a Cidade do Rock inteira cantando "Garota de Ipanema" o que deixou Stevie visivelmente emocionado.

“Tudo é uma forma para angariar mais dinheiro. O Rock in Rio já foi condizente com o nome, mas hoje em dia perdeu o sentido".

O furacão baiano Ivete Sangalo conseguiu levantar poeira na Cidade do Rock. O público cantou os maiores hit’s da musa como “Festa”, “Sorte Grande”, “Base do Beijo”, “Aceleraê” e ainda sucessos internacionais com “Easy” de Elton John.

Mas a música baiana de Ivete Sangalo e Cláudia Leite revoltou alguns fãs do rock como o cantor metaleiro Marcelo Quina. Para ele “tudo é uma forma para angariar mais dinheiro. O Rock in Rio já foi condizente com o nome, mas hoje em dia perdeu o sentido. É a mesma coisa de colocar o Sepultura para tocar num trio elétrico na Bahia em pleno carnaval”.

Já o cantor e rockeiro declarado, Sérgio Júnior prefere não criticar artistas brasileiros mas, para ele “existe um público alvo para o evento e que isso não foi levado em consideração” enfatiza o músico.

O professor universitário e músico Edson Leão, compartilha da mesma ideia apresentada pelos amantes do rock. “O problema da escalação de atrações do Rock in Rio, é que ela parece ter se pautado mais por imposições de mercado, do que por afinidades como a corrente musical que dá nome ao evento”. Edson argumenta que o axé music não tem vínculo com o rock em nenhum aspecto e que só esteve presente no festival por seu apelo comercial. “Você tem o efeito simbólico de que se “cuspiu” na cara do público alvo original do evento”  ressalta. “Vale lembrar, para quem não vive no Brasil, que o axé ocupa hoje quase todos os eventos de massa em quase todas as épocas do ano e que o rock é hoje um gênero com um espaço bem mais restrito” finaliza o professor e músico.

A universalidade musical apresentada no Rock in Rio divide opiniões de músicos de diversas partes do Brasil. O baterista Anderson Barcellos, 35 anos, músico residente em Belo Horizonte, disse que é a favor da realização de um festival de música. “Lá sim deveria ter todos os tipos de estilos mas Rock in Rio, olha o nome. Teve axé, mpb, hip-hop. Adoro todos esses ritmos mas acho que deveriam criar um outro festival pra isso”.

O Deejay Stevixx que toca no Cine Ideal, uma das noites mais badaladas da capital carioca, também discorda da mistura de ritmos ocorridas no evento. Stevixx disse que não gostou da ideia pois não deveriam ter especificado um estilo no nome. “Poderia ter se criado uma nova marca pra fazer o festival, porque é muito estranho até mesmo falar que teve axé, pop no Rock in Rio”, completa o Deejay.

Para o compositor e produtor musical Gustavo Lira, de Juiz de Fora, o Rock in Rio foi um espaço democrático. Gustavo diz que o único problema foi a falta de qualidade de alguns shows. “Não generalizando mas foi um Rock in Rio repleto de desafinações e semitonações por parte de alguns artistas. Por outro lado, foi inegável no caso do axé, a superioridade do show da Ivete em relação ao da Claúdia Leitte. Nos deparamos com estilos iguais porém com qualidades diferentes”. Gustavo é a favor da diversidade musical porém ressalta que sempre em primeiro lugar tem que estar a qualidade do artista independentemente de estilo. E termina: “a música tem que falar mais alto”.


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